Recebi este texto ontem do "Movimento Cultura de Boteco" e resolvi publicar para apoiar a causa.
A campanha deflagrada recentemente pelo Movimento Cultura de Boteco, visando a garantir a sobrevivência dos músicos e cantores da noite, seriamente afetados pela acentuada queda de movimento nas casas noturnas paulistanas. A proposta chama-se "CULTURA DE BOTECO Delivery" e se trata de uma iniciativa baseada na premissa de que a grande maioria dos paulistanos hoje vive em edifícios e condomínios e que estes quase sempre dispõem de um salão de festas que pode ser requisitado pelos moradores para seus eventos e festividades. Como a cervejinha em lata é comprada no supermercado por menos de um real, os moradores podem convidar os amigos e vizinhos e se cotizarem para pagar o cachê dos artistas, garantindo assim a diversão, a privacidade e gastando bem menos do que num barzinho noturno. Esta nova cultura asseguraria proteção contra as multas e as prisões que tanto estão afastando os boêmios dos botequins. A idéia não é nova, mas muito oportuna. A sugestão partiu dos moradores de um condomínio do Itaim Bibi, onde integrantes do "Cultura de Boteco" já estão fazendo sucesso há várias semanas.
Esta alternativa é apenas uma solução temporária e emergencial, enquanto o poder público não se conscientiza de que TODOS os meios de transporte público da cidade devem ampliar seus horários de circulação durante toda a madrugada.
Se assim fosse, poderiam oferecer ao povo conforto e segurança no percurso casa/trabalho/casa/lazer, pois é sabido que à noite os ônibus e o metrô trafegam praticamente vazios, que a quase totalidade da frota dos coletivos é constituída de veículos novos e confortáveis e que não enfrentam congestionamentos, agregando rapidez à viagem de ida e volta para casa e permitindo inclusive, a economia do preço abusivo praticado pelos estacionamentos dos bairros boêmios. E mesmo que os intervalos na circulação dos ônibus e do metrô tivessem de ser ampliados não haveria problema, pois afinal, quem sai para se divertir não precisa ter pressa... mas, se tiver, sempre pode pegar um taxi.
Isso sem falar no enorme alcance social que a medida agregaria, garantindo ao grande contingente de profissionais da noite ( não só os músicos, mas também garçons, pizzaiolos, manobristas, cozinheiros, seguranças, frentistas, entre outros tantos) a certeza de poder chegar em casa mais cedo para o merecido descanso, sem ter de amanhecer o dia à espera de condução, como acontece atualmente. Enquanto o trabalhador do dia dispõe de três a quatro horas por dia para dedicar-se ao convívio familiar, ver TV, etc. (além das oito recomendadas para o sono), os da noite desperdiçam essas mesmas três a quatro horas sentados nas portas do metrô...
Segundo Celsinho da Cuíca (58), coordenador e único sobrevivente do grupo de fundadores do Movimento, Buenos Aires, com menos de um terço da população de São Paulo, há mais de vinte anos tem seu transporte público operando 24 horas... E a noite portenha há muito já superou a paulistana de antigamente, cartão postal de nossas tradições boêmias. "Nós não somos contra a Lei, não; muito pelo contrário, concordamos plenamente com os enormes benefícios sociais e econômicos auferidos com essa iniciativa, principalmente quanto à significativa redução do número de acidentes, desde que a medida foi implantada", salienta Celsinho, acrescentando: "O que pretendemos é chamar a atenção da sociedade para a questão do desemprego em massa em nossa categoria, já que o movimento nos bares noturnos caiu drasticamente, inviabilizando inclusive muitos estabelecimentos. Atualmente, a gente está tentando promover nossos eventos em condomínios, para conseguir continuar tocando e ganhar algum dinheiro. Mas lugar de músico é no bar, não dentro de prédio residencial. O músico brasileiro hoje vive apenas de aplauso e de esperança de um dia ser descoberto, que possa aparecer na TV, ficar famoso e virar sucesso. E isso não vai acontecer cantando e tocando em casamento ou batizado...Além disso, o botequim sempre foi o berço da Cultura Musical Brasileira, pois que todos os baluartes do nosso cancioneiro popular foram descobertos ou iniciaram suas carreiras nos Botecos da Vida".
O Movimento Cultura de Boteco, foi idealizado e fundado por músicos e artistas em 1996 e luta para resgatar a Noite Paulistana de antigamente, repondo em seu pedestal de origem a verdadeira Música Popular Brasileira. Neste momento de incertezas, convocado pela situação aflitiva que atravessam seus mais de 600 componentes, o "Cultura de Boteco" retoma sua vocação contestadora e convoca VOCÊ a se engajar nesta campanha, pois que ela torna oportuna a reflexão por toda a sociedade civil organizada sobre essa salutar Lei Federal apelidada indevidamente de "Lei Seca" (pois ela não proíbe ninguém de beber, apenas dirigir alcoolizado, embora com parâmetros de dosimetria muito severos e discutíveis. Aliás, se os levarmos à risca, o padre quando rezar a missa, não poderá ir para casa dirigindo...).
O "Cultura de Boteco" está propondo apenas uma discussão pública em busca de uma alternativa de solução para as suas contingências. Participe dela. A presente iniciativa será a expressão maior desse processo, estendendo suas ações para todo o País, constituindo-se numa manifestação da multiculturalidade musical típica de São Paulo e da sua criatividade inovadora e que queremos oferecer ao Brasil que todos desejamos às futuras gerações.
Esta alternativa é apenas uma solução temporária e emergencial, enquanto o poder público não se conscientiza de que TODOS os meios de transporte público da cidade devem ampliar seus horários de circulação durante toda a madrugada.
Se assim fosse, poderiam oferecer ao povo conforto e segurança no percurso casa/trabalho/casa/lazer, pois é sabido que à noite os ônibus e o metrô trafegam praticamente vazios, que a quase totalidade da frota dos coletivos é constituída de veículos novos e confortáveis e que não enfrentam congestionamentos, agregando rapidez à viagem de ida e volta para casa e permitindo inclusive, a economia do preço abusivo praticado pelos estacionamentos dos bairros boêmios. E mesmo que os intervalos na circulação dos ônibus e do metrô tivessem de ser ampliados não haveria problema, pois afinal, quem sai para se divertir não precisa ter pressa... mas, se tiver, sempre pode pegar um taxi.
Isso sem falar no enorme alcance social que a medida agregaria, garantindo ao grande contingente de profissionais da noite ( não só os músicos, mas também garçons, pizzaiolos, manobristas, cozinheiros, seguranças, frentistas, entre outros tantos) a certeza de poder chegar em casa mais cedo para o merecido descanso, sem ter de amanhecer o dia à espera de condução, como acontece atualmente. Enquanto o trabalhador do dia dispõe de três a quatro horas por dia para dedicar-se ao convívio familiar, ver TV, etc. (além das oito recomendadas para o sono), os da noite desperdiçam essas mesmas três a quatro horas sentados nas portas do metrô...
Segundo Celsinho da Cuíca (58), coordenador e único sobrevivente do grupo de fundadores do Movimento, Buenos Aires, com menos de um terço da população de São Paulo, há mais de vinte anos tem seu transporte público operando 24 horas... E a noite portenha há muito já superou a paulistana de antigamente, cartão postal de nossas tradições boêmias. "Nós não somos contra a Lei, não; muito pelo contrário, concordamos plenamente com os enormes benefícios sociais e econômicos auferidos com essa iniciativa, principalmente quanto à significativa redução do número de acidentes, desde que a medida foi implantada", salienta Celsinho, acrescentando: "O que pretendemos é chamar a atenção da sociedade para a questão do desemprego em massa em nossa categoria, já que o movimento nos bares noturnos caiu drasticamente, inviabilizando inclusive muitos estabelecimentos. Atualmente, a gente está tentando promover nossos eventos em condomínios, para conseguir continuar tocando e ganhar algum dinheiro. Mas lugar de músico é no bar, não dentro de prédio residencial. O músico brasileiro hoje vive apenas de aplauso e de esperança de um dia ser descoberto, que possa aparecer na TV, ficar famoso e virar sucesso. E isso não vai acontecer cantando e tocando em casamento ou batizado...Além disso, o botequim sempre foi o berço da Cultura Musical Brasileira, pois que todos os baluartes do nosso cancioneiro popular foram descobertos ou iniciaram suas carreiras nos Botecos da Vida".
O Movimento Cultura de Boteco, foi idealizado e fundado por músicos e artistas em 1996 e luta para resgatar a Noite Paulistana de antigamente, repondo em seu pedestal de origem a verdadeira Música Popular Brasileira. Neste momento de incertezas, convocado pela situação aflitiva que atravessam seus mais de 600 componentes, o "Cultura de Boteco" retoma sua vocação contestadora e convoca VOCÊ a se engajar nesta campanha, pois que ela torna oportuna a reflexão por toda a sociedade civil organizada sobre essa salutar Lei Federal apelidada indevidamente de "Lei Seca" (pois ela não proíbe ninguém de beber, apenas dirigir alcoolizado, embora com parâmetros de dosimetria muito severos e discutíveis. Aliás, se os levarmos à risca, o padre quando rezar a missa, não poderá ir para casa dirigindo...).
O "Cultura de Boteco" está propondo apenas uma discussão pública em busca de uma alternativa de solução para as suas contingências. Participe dela. A presente iniciativa será a expressão maior desse processo, estendendo suas ações para todo o País, constituindo-se numa manifestação da multiculturalidade musical típica de São Paulo e da sua criatividade inovadora e que queremos oferecer ao Brasil que todos desejamos às futuras gerações.
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