quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Dica para uma parada em Joinville



Biergarten Chopp e Cozinha , belo bar/restaurante que serve as fomosas cervejas catarinenses Eisenbahn acompanhadas de linguiças a metro recheadas de diversos sabores. Decoração do bar repleta de camisas de times de futebol de todo o mundo e toalhas com frases famosas sobre cerveja, das mais diversas personalidades do mundo, de várias épocas distintas.


Biergarten Chopp e Cozinha
Rua: Visconde de Taunay, 1183 - Centro - Joinville / SC
TEL.: (47) 3423-3790
Funcionamento: De dom das 11h à 0h, seg e ter das 11h à 1h, de qua a sáb das 11h às 2h.
Capacidade: 280 pessoas
Acesso para deficientes físicos / Estacionamento com manobrista / Ar-condicionado

Dica enviada pelos cervejeiros Celso Fernando Lamotte Meirelles e Arthur Rezende de Castro

Hofbräuhaus de Munique: 400 anos de cerveja


Poucas coisas são tão tipicamente alemãs quanto a Hofbräuhaus de Munique. A cervejaria, que completa 400 anos neste verão, já matou a sede da corte alemã, de turistas do mundo todo e até mesmo de um exército adversário.
O movimento na Hofbräuhaus começa cedo. A cervejaria abre todos os dias às 9h, mas os funcionários já começam a se preparar às 7h para abrir as portas.
Numa manhã comum, o movimento ainda é pequeno às 10h. A banda começa a se aquecer, dúzias de garçonetes e garçons correm de um lado para o outro, estendem toalhas de mesa, distribuem cardápios e batem papo entre si. Mais tarde, quando hordas de turistas invadirem o amplo salão, eles não terão mais tempo para isso. Nos dias de pico, o número de visitantes chega a 30 mil.
Os freqüentadores assíduos Josef Wagner e Silvester Lutz são os primeiros a chegar. Eles freqüentam a Hofbräuhaus há décadas e, nostálgicos, dizem que "antigamente" era melhor, porque o burburinho começava logo cedo. "Há 30 anos éramos 100 pessoas na mesa. Naquele tempo, a festa já começava às 7h, e até mesmo os garis vinham para cá. Era uma alegria!", lembra Lutz.
O significado da Hofbräuhaus de Munique vai mais longe do se possa imaginar. Sua construção, no fim do século 16, salvou as finanças da Baviera. Na época, os duques da região importavam sua cerveja da pequena cidade de Einbeck, na Baixa Saxônia, e estavam cronicamente falidos. A corte apreciava até demais aquele "suco de cevada".
"Eles mamaram os cofres públicos até a ruína", ri o porta-voz da cervejaria, Stefan Hempl. Segundo ele, a insaciável sede da corte levou o duque Guilherme 5º a construir uma cervejaria própria. Inicialmente, a produção era feita no chamado Alter Hof, mas a partir de 1607 passou ao local hoje denominado Am Platzl.
A cerveja produzida na Hofbräuhaus Am Platzl foi apreciada desde o início, e logo começou a colecionar histórias sensacionais. Reza a lenda que desempenhou um papel fundamental na Guerra dos 30 Anos, conseguindo apaziguar os suecos que ameaçavam invadir a cidade.
Bildunterschrift: "Em 1632, o exército sueco estava diante dos portões de Munique e exigia uma fortuna para poupar a cidade," conta Hempl. "O pagamento foi feito em moeda natural: os suecos receberam mil baldes de cerveja da Hofbräuhaus, o equivalente a uns 60 mil litros."
Como se matar a sede de nobres e servir de moeda de troca na guerra não bastasse, a cerveja mais uma vez salvou o dia quando a ópera da cidade pegou fogo, em 1823. Era inverno e a água para extinguir incêndios estava congelada. A solução foi apagar o fogo com cerveja. "E esta veio, como poderia ser diferente?, da Hofbräuhaus Am Platzl", orgulha-se Hempl.
A cervejaria guarda no nome a sua linhagem nobre – literalmente, Hofbräuhaus significa "cervejaria da corte". Não demorou muito, porém, para que o local que se tornasse ponto de peregrinação para aficionados da cerveja do mundo todo.
A cervejaria atraiu também personalidades ilustres. No século 19, era freqüentada pela imperatriz Elizabeth da Áustria, Sissi, em visitas à sua Baviera natal. Em 1913, recebeu Vladimir Lênin, com sua esposa, que escreveu em suas memórias: "Nos lembramos com carinho da Hofbräuhaus, onde a boa cerveja atenua as diferenças de classe".
Mikhail Gorbatchov também tomou seus goles de cerveja por lá, assim como Wolfgang Amadeus Mozart, que teria escrito até um poema sobre o local – basta perguntar ao chefe dos garçons Wolfgang Sperger, que ele recita de cor.
Hoje em dia, uma visita à Hofbräuhaus continua sendo programa obrigatório para os turistas em Munique, ilustres ou não. Enquanto gente de todo o mundo se surpreende com as possantes garçonetes que equilibram litros de cerveja ao mesmo tempo, os locais continuam freqüentando a cervejaria, e sentem-se muito em casa.
"Eu venho à Hofbräuhaus porque posso encontrar amigos, conversar um pouco com as pessoas, é aconchegante", diz um habitué de Munique. "Gosto de ver os estranhos, principalmente se há mulheres bonitas. De vez em quando jogar um pouco de cartas... Minha mulher sabe disso, sabe que o homem precisa disso. Assim ficamos mais civilizados em casa. Eu comecei a trabalhar aqui em 1955 como cervejeiro e venho para cá praticamente todos os dias desde que me aposentei. Isso me faz bem, preciso disso. É o meu remédio."

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Harmonização: Risotto Zucchini e Abadessa Helles



A partir de hoje, estarei postando uma harmonização de cerveja com alguma receita, em todas as segundas-feiras.
Esta combinação é muito boa para o verão , o Risotto Zucchini é um prato de sabor leve elaborado sem a adição de carnes , podendo ser apreciado por convidados vegetarianos. Juntamente com o sabor levemente adocicado da Abadessa Helles e seu acentuado aroma de malte de cevada, se torna um prato ótimo para uma noite de verão.

Receita para 6 pessoas

Ingredientes:
2 abobrinhas italianas raladas com casca
1,5 litros de caldo de galinha fervendo (podendo ser substituído por caldo de legumes)
4 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem (1° pressão a frio)
2 cebolas médias
2 dentes de alho
4 tomates descascados sem pele e sem sementes
1 cálice de vinho branco seco
4 xícaras de arroz Arbório ou Canerolli (meu preferido)
100 gramas de parmesão ralado grosso
100 gramas de creme de leite
sal e pimenta a gosto

Modo de preparo:
Ralar as cebolas e o alho e refogar no azeite, adicionar as abobrinhas raladas e refogar em fogo alto até que a casca fique verde escura e a polpa macia.
Adicionar os tomates e continuar refogando até que a mistura fique bem cremosa.
Tempere com o sal e pimenta e adicione o cálice de vinho, mexa bem até encorpar, regule o tempero se necessário.
Nesse momento adicione as outras 2 colheres de azeite e logo após o arroz, misture tudo muito bem e ir adicionando , aos poucos , o caldo de galinha em fogo baixo , nunca deixe secar completamente e vá mexendo levemente para não grudar no fundo até incorporar todo o caldo.
Para quem gosta mais all dente , em mais ou menos 25 minutos está pronto.
Um pouco antes de secar pela última vez , adicione o parmesão ralado e misture até derreter. Desligue o fogo e incorpore o creme de leite , para que o risoto mantenha sua cremosidade mesmo depois de esfriar.
Abra seu Siphon de Abadessa Helles 2 litros e Bon Apetit !! Ein Prosit!!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Se possível , com o copo certo !!!


Tal como existem milhares de marcas e centenas de estilos de cerveja, também existem várias dezenas, senão mesmo centenas de copos. De fato, para combinar com o tipo de cerveja que estamos bebendo, devemos escolher um copo adequado. Muitas vezes, isso é fácil, já que as melhores cervejas costumam indicar no rótulo qual o copo que deverá ser utilizado. Independentemente de essa referência ser feita ou não, tentarei fazer aqui uma breve análise dos diferentes tipo de copos existentes no mercado e para que tipo de cerveja são indicados. Há pessoas que consideram esta corrente como mais um golpe de marketing de certas empresas para vender mais produtos. Penso que isso não é verdade. Apesar das razões comerciais que estão subjacentes a qualquer negócio, há realmente uma adequação do estilo de uma cerveja a certo formato de copo. Por exemplo, é natural que as lagers sejam servidas em copos altos, de modo a que o gás e a espuma tenham possibilidade de crescer e mostrar todo o seu caráter. E a formação de espuma não é algo de menos importância. Ela protege a cerveja da liberação de certos elementos essenciais que, não fora a sua existência, se perderiam no ar. Por outro lado, evita a entrada de ar na cerveja, algo que provocaria a oxidação desta e correspondente perda de qualidades.
Levando isto em consideração, que estilo de copo utilizar? Bom, a resposta não é imediata e, em países como a Bélgica, torna-se verdadeiramente difícil. De fato, é habitual cada marca de cerveja ter o copo correspondente, o que faz com que existam centenas de copos de centenas de marcas. Como se torna humanamente impossível possuirmos todos os copos, apresentarei apenas alguns formatos genéricos que servirão para a maior parte das cervejas que possamos nos deparar.

Caneca/Mug/Stein - Pesada, resistente, larga e com uma alça, as canecas são mundialmente conhecidas e utilizadas. Mais ou menos engraçadas, vêm numa multiplicidade de formas e feitios e são excelentes para fazer brindes! PROST. Podem ser de vidro, cerâmica ou metal, por vezes têm uma tampa e o seu sucesso deve-se à quantidade de bebida que podem conter. Ideais para cervejas do tipo American Amber Ale, Roggenbier, Sahti, Irish Red Ale, Scottish Ale, Bock, Doppelbock, German Classic Pilsner, Bohemian Pilsner.

Copo para Witbier/Weizen - Nada melhor do que beber uma Witbier no respectivo copo! Feitos de vidro fino, extremamente elegantes e compridos, estas autênticas obras de arte permitem admirar as cores da cerveja e o topo possibilita uma correta expansão e desenvolvimento da cremosa espuma. Em geral, suportam até 0,5 litros de cerveja. Podem ser utilizados com cervejas do tipo Dunkel Weizen, Gose, Weizenbock ou Hefe Weizen.

Copo em cilindro/Stange - Bastante comuns estes copos em cilindro são de origem germânica e utlizam-se com cervejas delicadas, já que possibilitam a ampliação dos aromas e sabores do malte e do lúpulo. É comum servirem-se imperiais neste tipo de copos, apesar destes não serem os mais corretos. O cilindro é adequado aos géneros: Rauchbier, Altbier, Kolsch, Lambic-Faro, Lambic-Unblended.

Snifter - Um pouco maiores, mas mesmo assim similares aos cálices de brandy ou conhaque, estes copos têm um formato que os tornam excelentes para capturar os aromas de cervejas fortes, já que ajudam na sua preservação. Utilizam-se com Eisbocks, Barley Wine, Old Ale e Russian Imperial Stout.

Flauta/Flute - Estamos mais habituados a utilizar os copos em formato de flauta para beber champanhe ou espumante. No entanto, há cervejas que se dão muito bem com o formato destes copos. A sua elegância e o fato de serem esguios, assegura que o gás não se dissipe com muita rapidez, permitindo igualmente observar a cor e o corpo da cerveja com grande nitidez. Utilizam-se com os géneros Vienna, Schwarzbier, Lambic-Fruit, lambic-Gueuze

Pint/Becker/Tumbler - Quase cilíndrico, mas bem mais largo do que o stange, o pint é bastante utilizado na Inglaterra e na Alemanha, por permitir beber vários tipos de cerveja, em grandes quantidades e por ter um desenho universal, barato e que possibilita um fácil armazenamento. É indicado para cervejas do tipo Smoked, Marzen/Oktoberfest, Steam Beer, Malt Liquor, Winter Warmer, Bitter e Pumpkin Ale, entre outras.

Pilsner - O copo de pilsner é o habitual copo das nossas imperiais. Entre as formas de um cilindro e de um cone, a sua estrutura permite manter a cerveja viva, para além de possibilitar a formação de uma boa espuma. Em geral, estes copos têm pouco mais de 0,2 litros, mas em certos países da Europa podem chegar até aos 0,4 litros, como por exemplo, na Alemanha e República TCheca. São bons para os estilos American Macro Lager, Happoshu, German Classic Pilsner, European Strong Lager e Witbier.

Cálice/Goblet - São, em geral, autênticas obras de arte, muitos deles com dourado no rebordo, as letras da marca gravadas no vidro, chegando ao ponto de alguns terem relevo. São especialmente desenhadas para permitirem a manutenção da espuma e a possibilidade de se darem goles avantajados. São perfeitos para as Abbey Dubbel, Abbey Triple, Belgian Strong Ale e Flemish Sour Ale

Tulipa/Tulip – Já habituais no nosso país, os copos em formato de tulipa são muito elegantes e permitem suportar cervejas que produzam grandes quantidades de espuma. Bastante típicos da Bélgica, são ideais para os estilos Scotch Ale, Saison, Bière de Garde e Belgian Strong Ale.

As indicações que damos aqui não são obrigatórias e que devemos seguir cegamente. Há cervejas que podemos beber em dois ou três tipos de copos diferentes. Vejamos o caso de uma pilsner: tanto poderemos beber numa caneca, como num copo de pilsner ou num copo cilíndrico. E, verdade seja dita não se vai deixar de beber uma boa cerveja por não se ter o respectivo copo à mão. A idéia que gostaríamos de realçar é a de que existem copos específicos para os diferentes estilos de cerveja e se conseguirmos adequar um ao outro melhor, já que a experiência ficará mais completa e enriquecedora.
Além do tipo de copo, há outros aspectos que também se devemos levar em consideração. Por exemplo, se lhe quiserem servir uma cerveja num copo gelado, recuse. O contacto entre a cerveja e o copo gelado irá provocar um processo de condensação, o que irá diluir a bebida enquanto que, ao mesmo tempo, alterará a temperatura correta que a cerveja deve ser servida. Procure ainda lavar os seus copos à mão. Algumas máquinas de lavar louça deixam resíduo que pode alterar o sabor e a espuma da cerveja. Isso se aplica também à secagem: é preferível deixar os copos secarem ao ar, pois o pano pode deixar partículas inconvenientes para a cerveja.
Postagem enviada pelo colecionador de copos e cervejeiro Leandro Silveira de Paula.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Hoje aniversário da 1º lata de cerveja do mundo



Em 24 de Janeiro de 1935 foi lançada nos Estados Unidos a primeira lata de cerveja do mundo, uma Krueger. Cilíndrica, como as latas de conserva de alimentos, precisava ser aberta com abridor de corte ou receber dois furos grandes para ser consumida. Atento à conveniência do consumidor, mais tarde o fabricante substituiu-a por uma lata com abertura tipo crown, como a das garrafas de vidro.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Augustiner , a alma de Munique


A história da Cervejaria Augustiner percorre mais de 670 anos de tradição. É a cervejaria mais antiga de Munique, iniciada no ano de 1294 no monastério Augustiniano.

Documentos reconhecidos por historiadores, registram a existência da cervejaria desde 1328, sendo já reconhecida por produzir uma excelente cerveja. Consequentemente, 1328 é considerado o ano de fundação da Cervejaria Augustiner , que é deste modo a mais velha de todas as cervejarias de Munique. Desde o 1° dia da cervejaria e até a secularização no ano de 1803 , quando muitos monastérios bávaros foram postos sob o controle do Estado via reformas Napoleônicas , a cerveja, muito conhecida, continuou a ser fabricada lá. Era vendida, então, na sua taberna interna , muito popular por causa de seus espíritos elevados , desde que o monastério adquiriu direitos de fabricação e venda. Além diso a cervejaria era isenta de todos os impostos , um bônus do príncipe para a qualidade extraordinária da cerveja dos monges. Em 1817 a cervejaria foi desnacionalizada e se mudou para Neuhauser StraBe (estrada Neuhaus) 275 , no NR.27 e situada na área de pedestres de Munique. A cervejaria ficou nesta sede somente até 1885 , mais tarde o restaurante tomou seu lugar , e ainda está lá, hoje em dia , embora reformada no começo do século 19 pelo arquiteto Emanuel Seidl. A nova sede se transformou no Kellerareal (área da adega) no Landsberger StraBe (estrada de Landsberg) , hoje em dia NR.31 a 35 e também posição do "Braeustueberl" , onde a cervejaria se encontra até hoje.

A cervejaria foi comprada em 1829, tornando-se uma cervejaria privada.

No curso de sua história , a Cervejaria Augustiner sobreviveu algumas guerras , uma privatização e muitas outras situações , sem nunca esquecer-se de sua filosofia ou arriscar a qualidade de sua cerveja. Isto fez da Cervejaria Augustiner um elemento importante na cultura de Munique. Bem como seus restaurantes e jardins da cerveja - principalmente o Augustiner-Keller (Adega da Augustiner) e o Hirschgarten (Jardim dos Cervos) - lugares da vida social típica e da cozinha da velha Munique.



segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Falta de conhecimento ou má vontade?

Por duas vezes em uma semana, este ano, tomei cerveja artesanal estragada em 2 dos pub's dos mais conceituados de Porto Alegre. Ambas de barris. As duas apresentaram alto grau de oxidação , aparentemente não percebido pela maioria dos frequentadores locais. Ao reclamar para o gerente de uma das casas, o mesmo informou que esta cerveja era assim mesmo, com esse gosto. Já subestimando meu conhecimento sobre cervejas, o gerente ofereceu outro produto de pior qualidade para troca , quando solicitei a ele que provasse a cerveja que eu estava tomando, o mesmo me informou que não poderia fazer isto, então solicitei que ele experimentasse a cerveja em outro copo. Feito isso e constatado o problema, ele trocou o barril na hora e pediu desculpas. A mesma coisa aconteceu na outra casa. O que ocorre em Porto Alegre, é que existe uma oferta enorme de cervejas artesanais e importadas , mas ao mesmo tempo existe uma falta de informação muito grande por parte da maioria dos frequentadores de bares e restaurantes que não conseguem distinguir uma cerveja boa de uma estragada. Como as cervejas artesanais não possuem conservantes , e na maioria das vezes não são filtradas nem pasteurizadas , devem ficar armazenadas em freezers com temperaturas médias de 2ºC . Só que apenas as engarrafadas são armazenadas nestes locais , sendo assim , os barris ficam em temperatura ambiente ou até mais elevada junto aos motores de chopeiras elétricas chegando a temperaturas absurdas de até 50ºC.
Falta mais carinho por parte dos comerciantes para investimentos em câmaras frias ou balcões refrigerados para evitar este tipo de problema que mesmo não sendo detectado pelo consumidor é uma forma de desprestigiar as cervejas artesanais. Como o leigo não conhece, bebe uma cerveja estragada, não sabe que ela se encontra assim e acaba achando que ela é apenas ruim.
É a velha manha brasileira de não fazer o que é correto, pelo simples fato de que o correto aqui no Brasil é burrice e o que é errado, é malandragem.

Uma boa idéia para nossas microcervejarias



Com a colaboração de meu amigo e cervejeiro Diego Kersten que mora no Canadá, acessei o site http://www.ontariocraftbrewers.com/ e tive uma grata surpresa.

Eles lançaram a pouco tempo um novo produto que se chama OCB Discovery Pack (Cervejas Artesanais de Ontario Pacote do Descobrimento , tradução livre). O six pack foi criado para educar os consumidores com os diferentes estilos de cervejas premium e também para ajudar os amantes da cerveja a descobrirem o mundo das microcervejarias de Ontario. Este será o primeiro de uma série que será produzida pelas microcervejarias da região.

As cervejas incluídas no primeiro pacote são: Wellington Special Pale Ale, Great Lakes Red Leaf Smooth Red Lager, Walkerville Amber Lager, Mill Street Original Organic Lager, Lakes of Muskoka Cream Ale and Brick's J.R. Brickman Pilsner.

Além disso existe um link no site para os clientes darem suas sugestões para criação dos novos sixpack's a serem comercializados.

Fica aqui uma dica para nossas microcervejarias produzirem um pacote semelhante podendo assim divulgar mais a cultura cervejeira para os novos apreciadores de cervejas premium e para os amantes da cerveja em geral.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

As cervejas vão aumentar de preço este ano , especialmente as artesanais


Os alemães correm o risco de pagar mais caro pela cerveja em breve devido ao aumento do preço da cevada, abandonada pelos agricultores em benefício dos cultivos destinados à produção de biocombustíveis, subsidiados e mais lucrativos. "Muitos dos produtores de cerveja não têm outra escolha senão aumentar os preços", afirmou Kai Schürholt, da Confederação dos fabricantes alemães de cerveja. A empresa belga InBev, que no Brasil é dona da AmBev, vai assim "aumentar moderadamente" os preços na Alemanha em 1º de maio, indicou Jörg Schillinger, diretor operacional da filial alemã. Já o fabricante de cerveja alemão Radeberger indicou que está estudando "um eventual aumento dos preços, difícil de se impor neste setor extremamente competitivo na Alemanha.
O motivo é a disparada dos preços da cevada que, transformada em malte, dá origem à cerveja. O preço do malte dobrou desde o ano passado, passando de cerca de 200 euros a tonelada a aproximadamente 400, segundo alguns produtores. A alta nos preços ocorre por conta da pequena safra de 2006, mas também, afirmam os produtores, porque agricultores alemães estão abandonando o cultivo do produto. A superfície cultivada de cevada recua a um ritmo de 5% ao ano na Alemanha. Nos 12 milhões de hectares de terras cultiváveis na Alemanha, aproximadamente dois milhões são ainda dedicados a plantas "energéticas". "Os biocombustíveis mobilizam superfícies", afirmou Manfred Weizbauer, diretor da Federação dos moinhos alemães, que pede a redução das subvenções concedidas a estas culturas". O governo alemão "deve ser razoável e não colocar a segurança energética à frente da segurança alimentar", declarou. A Federação das padarias industriais prevê uma alta de aproximadamente 10% do preço do pães "nos próximos tempos", disse seu diretor, Armin Juncker, à revista "Wirtschaftswoche". A produção de biocombustíveis vem sendo promovida tanto na Alemanha como na Europa: a União Européia quer que em 2020 os tanques dos carros europeus contenham pelo menos 10% de combustível limpo.

Aqui nas produções da américa latina está ocorrendo o efeito cascata , os preços do malte e lúpulo foram reajustados a mais de 100% e ao que parece, o aumento se deve, ao crescimento da procura pela matéria prima.
Este ano os preços das cervejas no Brasil sofrerão reajuste , especialmente as artesanais que utilizam mais malte e lúpulo em sua produção.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Reinheitsgebot , porque ela é importante


Muito se fala nas mesas de bares , pub's e outros sobre a Lei de Pureza Alemã. Existem os conservadores que a defendem cegamente e os mais "modernos" que já a consideram ultrapassada. Na realidade o que temos que ter em mente é que esta lei foi criada para defender os interesses da população, em geral na antiga Alemanha, para não serem enganados por pessoas de má-fé, na produção de cervejas com ingredientes de má qualidade e também para manter um padrão de produção.

Hoje em dia existem diversos tipos de cervejas de alto padrão que não seguem a Reinheitsgebot , muitas delas belgas. Na verdade o que podemos observar nas cervejas que seguem a Lei de Pureza Alemã é o seu alto grau de qualidade, sendo esta lei um bom parâmetro de decisão na hora da compra de sua cerveja. Ou seja, a lei não é um factor decisivo na compra , mas é sim , um agregador de valor para uma cerveja.

Nem toda a cerveja que não segue a lei é ruim , mas no geral, toda a cerveja que segue a lei é boa.


Ein Prosit

Locais para compra de Cerveja

A pedido segue lista de locais onde se pode comprar cervejas de qualidade em Porto Alegre:

Bar do Goethe
Endereço: Rua 24 de Outubro, 112 - Moinhos de Vento
Telefone(s): (51) 84049356

Empório do Brasil
Endereço: Av. Dr. Nilo Peçanha, 2364 Loja 8
Telefone(s): 51 3379 1900

Supermercados Nacional
Lojas Iguatemi , Lucas de Oliveira e Praça da Encol

A Queijaria
Endereço: Av. Plínio Brasil Milano , 1085 - Higienópolis
Telefone(s):51 3328 3234

Geladinho Chopp
Rua Baden Powel, 446b - Parque Minuano
telefone(s): (51) 3347 7609 - 92346767

Costi Bebidas
Santos Dumont, 752 - Floresta
Telefone(s): (51) 3222 0878

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O começo de tudo

Nesta primeira postagem falarei sobre a origem da cerveja ou mais exatamente o que se sabe sobre a origem do famoso pão líquido.
A história da cerveja está intimamente ligada com a história das civilizações de nosso mundo, em um processo de evolução. Pesquisadores afirmam que nossos ancestrais já consumiam um líquido alcoólico resultante da fermentação de cereais imersos em água nas primeiras aldeias da Mesopotâmia , onde hoje é o atual Iraque. A origem da cerveja se perde no tempo. Praticamente todas as bebidas feitas com cereais nos últimos oito mil anos é hoje considerada cerveja.
Os primeiros registros de como se fabricava cerveja foi deixado pelos sumérios e babilônios. A Pedra Azul , um monumento que se encontra hoje no Museu do Louvre , com a data das primeiras civilizações sumérias de cerca de seis mil anos antes de Cristo , contém inscrições de como se fabricava a bebida. Essses povos já produziam mais de 20 tipos de cervejas diferentes e são conhecidos por serem a primeira cultura civilizada a fabricar cerveja.
Não demorou muito para a cerveja se popularizar entre os povos antigos e ultrapassar os limites da Mesopotâmia. Chegando ao Egito passou a ser produzida em larga escala. Datada de 5.400 a.C. a primeira cervejaria , que se tem notícia no Egito Antigo , fabricava a cerveja como moeda e produto de beleza.
Em sumério , cerveja significa pão líquido. Os ingredientes para fabricação do pão e cerveja eram os mesmos na época.
Há registros de que a cerveja era distribuída aos trabalhadores que erguiam as pirâmedes , para se sentirem mais relaxados "após o batente". Por tanto os egípicios foram quem criaram o hábito de tomar uma cervejinha após o trabalho , conhecido hoje como happy hour.
A cerveja que conhecemos hoje foi desenvolvida no Egito e levada pelos conquistadores romanos para a Europa , no ínicio da era Cristã.
Entre os anos 700 e 800 , a cerveja passou a ser fabricada nos mosteiros alemães. De sabor amargo, aos poucos, foi se tornando uma bebida nobre.
Os mosteiros mais antigos que iniciaram a fabricação de cerveja foram os Sr. Gallen (Suiça) , St.Emmeram e Weihenstephan (Alemanha) - este último hoje é a cervejaria mais antiga do mundo em funcionamento datada de 1040. Na idade média , a cerveja era utilizada como mercadoria para comércio , pagamentos e impostos. De certo modo os monges eram vendedores por atacado. No feriado da Páscoa na quaresma , quando os monges tinham de jejuar , passaram a susbtituir o pão pela cerveja. Ainda hoje é usada a expressão cerveja de convento: Klosterbier.
Os monges descobriram que o lúpulo , além de conferir sabor amargo é capaz de estender a vida da cerveja. Foi nos mosteiros que se deu o passo mais importante para o aperfeiçoamento e conservação da bebida.
O mais antigo escrito que registra o uso de lúpulo na cerveja é de 1067 d.C. pela Hildegarda de Bingen , uma mulher.
Para tentar colocar ordem na bebida e evitar produções com matérias primas de qualidade duvidosa e manter a uniformidade entre um barril e outro, as autoridades da Alemanha decretaram algumas normas entre elas a mais conhecida é a Reinheitsgebot , a Lei de Pureza Alemã de 1516 pelo Duque Guilherme IV, da Baviera. Nela a cerveja deve ser produzida com apenas três ingredientes: água , malte e lúpulo. Esta lei vigora até hoje na Alemanha com apenas uma alteração: a adição de fermento.
Outra lei importante foi conhecida alguns anos depois. No verão , o calor acelerava o processo de fermentação , assim as altas concentrações de gás carbônico provocavam explosões de barris que armazenavam cerveja. O problema era constante na região da Baviera. No ano de 1533 , o príncipe Maximíliano I decretou uma licença especial para fabricação da cerveja entre o período do ínicio da primavera e o final do verão. nesta época os monges autorizados buscavam gelo nas montanhas e resfriavam as câmaras de armazenagem dos barris , o que tornava o processo de fermentação mais lento. Assim nasceu a cerveja Lager (depósito em alemão) , mais leve que a fabricada em temperatura ambiente poderia ser estocada por mais tempo.
No ano de 1838 , o mestre cervejeiro Josef Groll foi convidado a trabalhar na cidade de Pilsen, na região da Boêmia , atualmente parte da República Checa , e , em 1842 , por acidente , produziu uma cerveja diferente: em vez de tonalidade opaca conhecida dos tipos Lagers , a que ele criou era translúcida e dourada. A descoberta ganhou o nome da cidade onde foi criada , Pilsen, e foi determinante para o crescimento da indústria cervejeira da região , e mais tarde , do mundo.
Hoje ela é o tipo de cerveja mais apreciada e fabricada no mundo.

Bem vindos !!!

Este blog foi criado para todos os amigos e parceiros com os quais mantenho relacionamento e também para os amantes da cerveja que ainda estão "engatinhando" na área. Espero que possamos ajudar a melhorar o universo cervejeiro brasileiro como já está ocorrendo em diversos estados pelo Brasil a fora. Em breve será publicada primeira matéria sobre o mundo da cerveja !!

Prosit !!