domingo, 10 de fevereiro de 2008

Um tipo de cerveja diferente: Lambic


A cerveja, por ser muito presente na vida do Brasil, quando apresenta uma personalidade muito diferente da usual pode causar estranhamento ou, na melhor das hipóteses, comoção. Assim como as grandes obras de arte, elas não pegam no primeiro ato.
Uma modalidade do mundo das cervejas onde personalidade é o que não falta são as belgas tipo Lambic. É uma receita de mais de 500 anos, em que o malte, a cevada e o lúpulo fermentam espontaneamente numa espécie de piscina e o contato com as bactérias do ar formam uma película na superfície do líquido, assim como a "flor" dos Jerez na Espanha ou os vin jaune na França.
Nesse processo podem ser misturadas Lambic de diferentes anos (como nas Champagnes), chamadas de Gueuze, ou adicionadas framboesas e cerejas, que produzem os tipos Framboise e Kriek, respectivamente. São cervejas de acidez muito presente, que precisam de comida - ostra, tartar de peixe, sushi. Assim como grande parte das cervejas especiais, a tampa é de rolha de cortiça. Apesar da delicadeza, podem envelhecer até dez anos; algumas são safradas e estagiam em madeira.
Produtores mais comerciais fazem Lambic menos adstringentes e ácidas com xarope de banana, kiwi, pêssego, ou mesmo com as tradicionais framboesa e cereja. Em alguns casos, quando acompanhadas de uma boa sobremesa, caem como um refrigerante melhorado. Mas nada se compara com o prazer de beber uma parte da história representada pelas Lambic tradicionais.
O produtor exemplo e militante da pureza das Lambic é a família Cantillon.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deus o livreee!!! Sabe tudo esse Pedrinho!!!