terça-feira, 28 de outubro de 2008

O paraíso é aqui

bá tá me
São poucos os momentos que marcam nossas vidas. No meio cervejeiro eles também acontecem e vão demarcando o nível com que evoluímos na área. Acho que subi alguns degraus a caminho de Gambrinus.
No último sábado estive visitando a Cave BSG (Boger, Sassen e Gitzler), o Jorge Gitzler me convidou para conhecer o local e ver o processo de fabricação de uma Kölsch para o aniversário do Sassen (espero que me convide) e também uma Robust Porter para o concurso da ACERVA Gaúcha que deve acontecer em dezembro.
Como eu sou um apreciador de cerveja e não um homebrew, fiquei encarregado do churrasco enquanto o pessoal produzia as cervejas. Durante o processo fomos degustando algumas das produções da BSG primeiramente degustamos uma Bock produzida pelo Gitzler, Mauro Butze e pelo Alessandro Ren começamos com o pé direito pois eu adoro o estilo e ela estava muito boa seguindo a risca as melhores de Munique. A Robust Porter que estava sendo fabricada já estava na panela no processo de cozimento então fui observar a produção da Kölsch desde o ínicio. O cuidado com a limpeza antes da produção me chamou a atenção, obviamente sei que os equipamentos devem ser esterelizados a cada produção mas o pessoal da BSG não brinca com o assunto. Enquanto o Sassen lavava o equipamento o Alessandro abriu uma Weiss produzida por ele , Gitzler e Mauro de estilo alemão para o meu gosto, mas com carbonatação em ecxesso apesar de saborosa.
Bom voltamos para mais uns 4 ou 5 canecos da Bock para acompanhar o churrasco, enquanto o Sassen produzia a cerveja para o seu aniversário, pensei comigo para meu aniversário em maio, "que comprar cerveja pronta, o negócio é a mão no malte".
Logo em seguida chega o Boger. Mais carismático do grupo e talvez o que tem a maior experiência em homebrew me serviu logo uma IPA que participou do concurso da Argentina, outra boa cerveja, apesar do pessoal da BSG ser extremamente crítico com suas produções. Bom minha próxima cerveja foi a de batismo, a Pink Ale, na verdade uma brincadeira, segundo eles quem vai lá pela primeira vez tem que tomar um copo pelo menos. O sabor era bom mas a cor terrível um rosa choque parecido com a gelatina da vovó, acredito se tratar de uma Pale Ale com corante. Após o batismo creio que fui autorizado a tomar uma das melhores cervejas de degustação que já experimentei e da qual nem conhecia o estilo que foi a Nosferatu Snake Juice, uma Speciality Ale produzida pelo Boger em homenagem a francesa Belzebuth, servida a uns 16º. Bom a última cerveja degustada por mim do dia e a que eu mais me apaixonei, a melhor IPA que já tomei depois da Stone IPA, foi a Rio Grande Ale, uma IPA com alto aroma e sabor de lúpulo turva, quase medieval e impossível de se beber uma só, acabei levando um barril de 20 litros para casa para ter certeza de que era boa mesmo já que tinha tomado diversos estilos durante o dia, confirmei a qualidade e a paixão arrebatadora que tive pela mesma.
O que pude tirar de conclusão no final do dia já em casa pensando em tudo que foi apresentado a mim é que a paixão, dedicação e carinho da BSG pela cerveja é enorme a gana para a cada produção querer sempre melhorar e aprimorar a técnica é de dar inveja.
Os equipamentos, alguns por eles criados, são praticamente de uma produção de microcervejaria, aliás quando vocês vão começar a vender suas cervejas? Quero elas no Bierkeller, no Nossa Senhora do Ó até mesmo no Cherry Blues.
As idéias de cada um que nem sempre são aceitas uns pelos outros acabam se completando tornando o grupo um só e este grupo é a BSG e a Cave BSG é especial, quem faz parte dela é único e produz cerveja com vida e alma.


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